O amante, um relato sobre um tipo de prostituição
No artigo de hoje vamos adentrar ao mundo da literatura erótica com um livro que narra a realidade de muitas mulheres e famílias pelo mundo. Bom, mas antes mesmo de falar sobre a história autobiográfica da autora e a prostituição velada. Precisamos entender que a palavra sexo ainda segue sendo uma temática de muito tabu na literatura.
Por essa razão, a literatura erótica ou também literatura pornô ainda são gêneros literários muito pouco explorados. Desse modo trazemos O Amante, um livro que relata a história de uma menina que muito cedo teve que lidar com várias realidades, tais como: a desigualdade social, a prostituição e o preconceito.
Um romance clandestino com codinome prostituição
A narrativa do livro conta a história de uma família nuclear na França indochina bastante disfuncional. Apesar de seguir o modelo tradicional da época com um pai, uma mãe e três filhos. Ela possui muitas carências de afeto, de comunicação, moldando então o caráter de cada membro, inclusive da protagonista Marguerite.
Logo depois da morte do pai a mãe perde quase todas as economias da família e como consequência, agora também precisam afrontar problemas econômicos. Contudo, o enredo principal permeia a relação proibida que estabelece a pequena Marguerite de apenas 15 anos, com um sucedido comerciante chino com o dobro da sua idade.
O sexo, a sexualidade e o desejo proibido
De fato, o sexo e a sexualidade são os temas principais da história. Porém também é uma grande mostra de como a desigualdade social afeta a vida de muitas famílias. Além do mais, em O Amante podemos ver escancarado um dos problemas antigos mais atuais, a desigualdade racial e xenofobia.
Assim, com essa mistura de dramas sociais, a história de O Amante nasce de uma relação sexual proibida. Já que Marguerite era menor de idade e o Comerciante chinês tinha o dobro da sua idade. Nesse sentido, a jovem Marguerite experimenta por primeira vez uma relação sexual com um homem mais velho onde descobre no sexo a combinação perfeita entre a dor e o prazer.
Uma forma de prostituição
Apesar de o livro não retratar a temática principal do livro como um tipo de prostituição a protagonista mantêm uma relação motivada apenas pelo interesse. Mesmo que ela também anseie por receber prazer, ela também recebe ajuda financeira de seu amante para poder ajudar a sua família.
Ou seja, no final das contas Marguerite não foi capaz de desenvolver seu lado emotivo e aprendeu a se relacionar apenas com aquelas pessoas que pudessem lhe servir de alguma maneira. Em outras palavras, a jovem sedutora não acreditava no amor e não acreditava que algum dia pudesse chegar a senti-lo.
A prostituição da protagonista era motivada principalmente pelo desejo
A história de Marguerite é bastante similar a história de muitas outras meninas e famílias, embora não são todas elas capazes de atuar como ela. Nesse sentido, a jovem francesa encontrou no seu desejo sexual uma espécie de ferramenta. Assim, nem mesmo a sua atração sexual tinha distinção de gênero, já que no livro vemos claramente a atração de Marguerite por sua amiga Helene Logonelle.
Esse desejo que na sua época ainda era um grande tabu, onde se entendia a atração sexual homoafetiva como uma doença mental. Em contrapartida, a diferença de idade do casal era considerada normal, mesmo Marguerite sendo menor de idade. Por essa razão que no livro a sua mãe a agride verbalmente e fisicamente quando descobre o interesse da filha pela amiga mas não se incomoda com a relação dela com o comerciante chinês.